quarta-feira, 3 de junho de 2009

Alexandre Herculano

Nascido em Lisboa a 28 de Março de 1810 e de origens humildes, Alexandre Herculano, foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal. É também considerado, conjuntamente com Almeida Garret, o introdutor do Romantismo em Portugal.
Alexandre recebeu uma educação sólida de formação clássica, contudo, viu-se obrigado a desistir dos estudos na faculdade. Aprendeu várias línguas como Alemão, Inglês, Francês e Italiano de forma autodidacta.
A 21 de Agosto de 1831 participou na revolta de Regimento nº4 de Lisboa, contra o governo ditatorial de D. Miguel I.
Em 1837 foi convidado para desempenhar o papel de primeiro redactor da revista Panorama.
Em 1942 pública aquela que viria a ser considerada a maior obra do Romantismo Histórico de Portugal, do século XIX, Eurico, o presbítero.
Morreu em Vale de Lobos a 13 de Setembro de 1877, com 67 anos de vida.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Bernardim Ribeiro


As informações relativas à vida deste escritor renascentista são quase nulas. Presume-se que nasceu por volta de 1486. Frequentou a universidade entre 1507 e 1512 e em 1524 foi nomeado escrivão da câmara de D. João III.
Frequentou a corte de Lisboa no que o levou a colaborar no “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende. Pertenceu à roda dos poetas palacianos juntamente com Sá de Miranda, Gil Vicente, entre outros.
Imigrou durante algum tempo na Itália, onde tomou conhecimento de inovações literárias.
A data da sua morte é tão misteriosa quando a data do seu nascimento. Alguns autores datam-na em 1552, mas pela leitura da “Écloga basto” de Sá de Miranda e escrita antes de 1544, verifica-se que este autor se refere ao seu “bom Ribeiro amigo” como já falecido.
Algumas alusões biográficas podem levar a considerar que o autor era oriundo da vila do Torrão, no Baixo Alentejo onde se encontra uma estátua em homenagem ao escritor.
Foi autor da famosa novela “Menina e Moça”, de cinco éclogas e uma sextina. A novela “Menina e Moça” foi publicada pela primeira vez em 1554 em Itália.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Discurso Político

http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=19824

O discurso que escolhi é do nosso Senhor Presidente da Republica, que teve lugar no mês passado de Setembro. A intervenção do Presidente Aníbal Cavaco Silva deveu-se à entrega do premio “D.Dinis” a Manuel Alegre pela Casa Mateus.
Depois de ler o discurso pude constatar que o texto esta bem redigido, acessível e compreensível a todas as classes sociais. Mas Cavaco Silva cometeu um erro, não ortográfico, mas um erro ainda pior.
Como o título diz, este discurso foi realizado com intenção de felicitar Manuel Alegre pelo prémio recebido. Pois então, o nosso Presidente da Republica parece que se esqueceu do consagrado escritor. Ao longo do texto podemos verificar que as referencias a Manuel Alegre são poucas ou quase nenhumas.
O exemplo disso dá para ver logo no inicio do discurso:
“Senhor Presidente da Fundação Casa de Mateus,
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Vila Real
Ilustres Membros do Júri,
Senhor Presidente da Caixa Geral de Depósitos,
Senhora Directora-Geral do Livro e Bibliotecas,
Distinto Laureado,
Senhoras e Senhores”

Agora pergunto-vos, onde é referido Manuel Alegre? Em “Distinto Laureado”?
A pessoa principal desta cerimónia é cumprimentada pelo Presidente da Republica como Distinto Laureado! E aqui é apenas um começo. Manuel alegre é apenas referido nos primeiros parágrafos do discurso, ou nem tanto.
Penso que Cavaco Silva se esquece ao certo sobre quem ia falar e sobre o que ia falar. A meu parecer, acho uma falta de educação a postura que o discurso do nosso Presidente da Republica teve.


P.S. Boas Festas para todos!! :D

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Almeida Garrett

Almeida Garrett, de seu nome completo João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, nasceu no Porto, em 1799. Fez os seus estudos em Angra, e aos 15 anos chegou a tomar as ordens menores, que se julga ter abandonado por motivo das suas inclinações amorosas pela inglesinha Isabel Hewson.
Matriculou-se em Direito aos 17 anos e em Coimbra escreveu e ensaiou Mérope.
Estabeleceu-se em Lisboa em 1821, onde, num teatro do Bairro Alto, leva à cena "Catão".
Em 1823 emigra para Inglaterra, regressa a Portugal pouco depois e é de novo forçado a exilar-se. Na sua correspondência do exílio relata as dificuldades que lá se lhe depararam.
Parte para Paris, onde compõe “D.Branca” e “Camões” (publicado em 1825). Em 1828 torna a emigrar, embora continue a exercer a sua actividade política e literária. Colabora no “Chaveco Liberal”.
Continua a sua actividade política na ilha Terceira. Colabora com Mouzinho da Silveira. É soldado no cerco do Porto.
Cria o conservatório de Arte Dramática, a Inspecção-Geral dos Teatros, o Panteão Nacional e o Teatro Normal, sendo mais tarde demitido de director do Conservatório, da Escola de Declamação e de Inspector-geral dos Espectáculos…
Escreve entretanto “o Alfageme de Santarém”, ou “Espada do Condestável”.
Em 1843 escreve “Frei Luís de Sousa”, em 1845 o “Arco de Santana” e no ano seguinte “viagens na Minha Terra”.
O eminente prosador, poeta, dramaturgo, orador, par do reino, fidalgo, cavaleiro da casa real, soldado da liberdade, deputado, diplomata, que procurou através da sua obra que o povo, que tanto amou, encontrasse o caminho da sua verdadeira nacionalidade.
Morreu em Lisboa, em Dezembro de 1854. “Frei Luís de Sousa” é considerado como uma das maiores criações teatrais do romantismo europeu e, no consenso geral, uma das suas melhores obras, e, a atesta-lo, atente-se nas numerosas representações que teve, muitas delas interpretadas pelos maiores nomes da cena portuguesa.
O próprio Almeida Garrett interpretou o papel de Telmo Pais quando o drama se estreou num teatro particular.

sábado, 1 de novembro de 2008

O Quinto Império

O Quinto Império é uma crença messiânica, milenarista (quiliástica), concebida pelo padre Antônio Vieira no século XVII.

Os quatro primeiros impérios eram, segundo Vieira, pela ordem: os Assirios, os Medos, os Persas e os Romanos. O quinto seria o Império Português.
A utopia do Quinto Império permeia a obra de Fernando Pessoa também, no livro Mensagem.
O Quinto Império foi uma forma de legitimar o movimento autonomista português, que conseguira o fim da União Ibérica.

Fernando Pessoa

"Primeiro estranha-se, depois entranha-se".
Este foi o slogan publicitário criado por Fernando Pessoa, em 1928, para o lançamento da Coca Cola em Portugal. Em plena ditadura militar, onde já pontificava a austeridade do ministro das finanças, Oliveira Salazar (que Pessoa abominava), o projecto foi recusado, com a justificação que criava "habituação".
A Coca Cola entraria legalmente em Portugal (nas colónias consumia-se através de contrabando com países vizinhos) em 1977, 49 anos após a primeira tentativa, sem que a sua entrada
não tenha sido vista com desconfiança pelas hostes comunistas.
Outros slogans criados por Fernando Pessoa:
"Uma cinta Pompadour veste bem e ajuda sempre a vestir bem."
"Seja qual for a linha da moda na Toilette feminina é sempre indispensável uma cinta Pompadour."
(Cintas Pompadour)
"Eu explico como foi (disse o homem triste que estava com uma cara alegre), eu explico como foi..."Quando tenho um automóvel, limpo o. Limpo o por diversas razões: para me divertir, para fazer exercício, para ele não ficar sujo."O ano passado comprei um carro muito azul. Também limpava esse carro. Mas cada vez que o limpava, ele teimava em se ir embora. O azul ia empalidecendo, e eu e a camurça é que ficávamos azuis. Não riam... R camurça ficava realmente azul: o meu carro ia passando para a camurça.Afinal, pensei, não estou limpando este carro: estou o desfazendo."Antes de acabar um ano, o meu carro estava metal puro: não era um carro, era uma anemia. O azul tinha passado para a camurça. Mas eu não achava graça a essa transfusão de sangue azul."Vi que tinha que pintar o carro de novo. Foi então que decidi orientar me um pouco sobre esta questão dos esmalres. Um carro pode ser muito bonito, mas, se o esmalte com que está pintado tiver tendência para a emigração, o carro poderá servir, mas a pintura é que não serve. A pintura deve estar pegada, como o cabelo, e não sujeita a uma liberdade repentina, como um chinó. Ora o meu carro tinha um esmalte chinó, que saía quando se empurrava."Pensei eu: quem será o amigo mais apto a servir me de empenho para um esmalte respeitável?Lembrei me que deveria ser o Bastos, lavadeira de automóveis com uma Caneças de duas portas nas Avenidas Novas. Ele passa a vida a esfregar automóveis, e deve portanto saber o que vale a pena esfregar."Procurei o e disse lhe: Bastos amigo, quero pintar o meu carro de gente. Quero pintá lo com um esmalre que fique lá, com um esmate fiel e indivorciável. Com que esmalte é que hei de pintar?"Com Berry/Loid, respondeu o Bastos e só uma criatura muito ignorante é que tem a necessidade de me vir aqui maçar com uma pergunta a que responderia do mesmo modo o primeiro chauffeur que soubesse a diferença entre um automóvel e uma lata de sardinhas".
(Tintas Berry/Loid)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Texto Narrativo

Estava calor, quando cheguei ao local combinado.
O Bernardo esperava sentado numa rocha, a olhar para o mar.
Assim que cheguei ele olhou para mim: "estás fantástica" - disse ele.
Corada sentei-me a seu lado.
O silêncio foi constrangedor. Pareceu uma eternidade.
Foi então que o Bernardo pôs-se de joelhos e ficou a olhar para mim, com aquele brilho nos olhos:
-Meu anjo, adoro cada momento passado contigo. - notei uma alteração na sua voz.
- Mas Bernardo, que se passa? - o meu coração palpitava.
-Tenho uma má notícia...Estou doente.
-Doente?
-Tenho apenas 6 meses de vida. Quero casar contigo antes de partir para outro mundo.
Não queria acreditar. Queria pensar que tudo aquilo não passava de um sonho.
Depois de muito silêncio:
-Bernardo, preciso de tempo para pensar... - e afastei-me sem olhar para trás.